No Brasil, a videira foi introduzida em 1532 através de Martin Afonso de Souza na Campina de São Vicente. Posteriormente no período colonial, estas foram propagadas em diversos pontos do país, por colonizadores portugueses. No RS a viticultura teve início por volta de 1732, sendo trazida por imigrantes das Ilhas dos Açores. Todas as variedades até aqui implantadas eram Vitis vinifera, sendo que seu desenvolvimento não era tão satisfatório, devido a maior sensibilidade apresentada por esta espécie frente ao ataque de fungos e a filoxera.
A partir da colonização italiana na Serra Gaúcha por volta de 1875, a viticultura teve realmente grande incentivo e começou a ter valor econômico para essa região. A perseverança fez do estado do RS hoje, o maior produtor de uvas e vinhos do Brasil.
A origem no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul faz parte do complexo histórico da vitivinicultura hispano-americana por ter raízes históricas situadas ora do lado espanhol, ora do lado português. Por volta de 1626 teria sido o padre jesuíta Roque Gonzáles de Santa Cruz o precursor e pioneiro da vitivinicultura rio-grandense. Ele, ao fundar a Redução Cristã de San Nicolao na margem esquerda do rio Uruguai (Região dos Sete Povos das Missões), trouxe cepas de origem espanhola.
Pode-se constatar, nesta época, a trajetória do desenvolvimento da vitivinicultura paralela ou sobreposta aos caminhos da marcha da Igreja Católica. Em 1737 ocorreu a imigração dos açorianos ao litoral gaúcho. Lá eles fundaram Porto Alegre e disseminaram as vinhas portuguesas, originadas da Ilha dos Açores e Madeira. Esse cultivo, apesar de feito através de fixação dos colonos para o povoamento na zona litorânea, não foi de grande expressão. Essas foram as duas regiões bem distintas e as duas origens da Vitis Vinífera na história da vitivinicultura gaúcha até o ano de 1800.